Na
minha pequena e velha caixa de lata, estava escondido um botão quebrado
do meu casaquinho de infância.
Lembrando-me que o tempo é de dupla
natureza - mesmo que ninguém atente - e então sou transportado para
aquele momento embora eu permaneça aqui... como eu gostaria de ficar lá.
Uma
velha carta dobrada de baixo das pilhas de roupas no meu armário me
leva para toda a glória escrita nela: lugares visitados e amados - o
espaço não está consolidado.
A fotografia desbotada de um feliz momento
de um passado agora cada vez mais distante, percebo como lembranças são
estranha: bonitas e tristes ao mesmo tempo - lembrando-me as
contradições de querer governar nosso destino sempre.
Em tal cativeiro de tempo, espaço, vida e destino, eu me laço em um feitiço mágico: Recordar.
Que me liga a um contentamento para sempre de tudo o que é - me dizendo que nada mais importa, mas é.
Não importa o que. E então isto se torna tudo para mim. Todos os momentos, em todos os lugares, tudo se torna isto.
E eu percebo quem sou: Eu sou ele.
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